quinta-feira, 14 de julho de 2016

Esperança


No Reino das Coisas Mortas
Um coração desperta calmamente
Entre arbustos e salamandras
Entre rajadas de vento,
E calcanhares de gelo...

No Reino das Coisas Mortas
Aos poucos se desvencilha,
Primeiro sente os dois olhos,
Depois a respiração,
Por fim a espinha fria...

No Reino das Coisas Mortas
tropeça nas próprias pernas,
As salamandras riem
O gelo lhe fere seco,
...pois antes que se ajoelhe...

Algo a mantém suspensa...

Raphael Vidigal 

Imagem: foto do dramaturgo Jean Genet.

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