Desejo protegê-la
Num abraço de aço
Envolvê-la
Num abraço de planta
Ser-te força e carinho
Mas quem sou eu para desmentir as
palavras da própria rosa?
“Apenas” a amo
Conheço-lhe sabor e veneno
O abrigo e a expulsão.
E digo-lhe: és humana.
Cujo pecado redime o mundo,
cora-lhe as ancas.
Pois que ela, A Rosa, saltita
por entre arbustos,
pula o muro,
arrancando-me a cruel felicidade.
Espero que nos banhemos juntos,
Aguentemos ao sal,
E recebamos, de boca e coração
abertos
A água serena do planeta.
Almejo a fraqueza e contemplação
de um velho somente a teu lado.
Raphael Vidigal
Imagem: Rosa bordada por Cláudia
Lis.