domingo, 28 de junho de 2009

William S. Burroughs / Pós-realismo: 2 pecados


Falta de ar
Falta de a
Falt
.AR

Almoço nu.
Deus é nú.
Darwin estava certo: os idiotas crescem.
Guilherme Tell
Não foi a máquina nem a senzala

O homem que se libertou.

Século I a.C. :

Homem com homem
Mulher com mulher
Homem maconha
Mulher filé
Tudo vale
Tudo pode
Só não vê quem quer

O preconceito é a base da ignorância.

“Invejo a burrice, porque é eterna.”
O papel da crítica é ofender. Sinto falta de Nelson Rodrigues.
Só pode ser inveja.
A vida é fraca.

Cristo eternizou: A equação que contempla inteligência e beleza estabelece entre elas uma relação inversamente proporcional.
Woody Allen discordou.
Pra quê esse moralismo todo meu bem?

Vaidade.
Quando se dedica grande atenção à vaidade revela-se esta a única grande pérola em toda a viagem.
A vaidade é parte da viagem.
É a futilidade que nos salva Cazuza!
Vaidade.

William S. Burroughs
Hunter S. Thompson.
O S jamais é coincidência.
O S faz toda a diferença.
Amo. Amos.
O amor imperativo é uma ameaça.
Típica do nosso tempo.
A “perfeição” é um defeito. E a perversão, um direito.
A perversão nas mãos da obrigação é uma merda. Militarismo.

Lobão é Cartola elétrico.
“Ainda não é verão, nem é carnaval, isso me interessa, me interessa.”
Tão menina, o mundo é um moinho.

É possível ser interessante e belo ao mesmo tempo?
Em Ornella Muti, jovem personagem, sim.
A beleza de ser infiel.
Da onde vem essa atração pela decadência?
Avec Elegance.

Agora sou eu falando: detesto esse povinho que exije respeito. Que não admite. Quero quem se oferece. Deixa abertas portas e janelas e porões.
A vida é fraca. A minha então, nem se fala.
Bukowski é meu melhor autor.
Wilde o preferido.
“Como posso ser boa se tenho que pagar o aluguel?” Chen Tê na boca de Brecht.

A verdade é o melhor disfarce.

Carta a um amigo: “Meu caro Bia, Deus sopra as palavras em teu ouvido. E esbarra outras em meu cotovelo.”

Deus é sinestesia.
Se você não inventa nada, tem que estudar o que os outros inventam, depois.
William S. Burroughs barra Pós-realismo. É isso.
Esfinges sem segredos.
O prazer dignifica o homem. Com uma melancolia cínica imbatível.
Latente.

Falta de ar
Falta de a
Falte
? Á R E S

Aplausos.


Raphael Vidigal

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Elogio à fraqueza:

Mas a maioria teima em se sentir forte.
Aqueles que dão valor à pessoas médias por absoluta falta de importâncias em suas vidas.
A falta que lhes faz gente que interessa em seus cotidianos.
Uma das tentativas mais frustrantes é a de explicar o porquê as pessoas se apaixonam.
Há quem aposte em bom humor, inteligência, beleza, conveniência, bom gosto.
Não acredito.
Acredito em ser.
As pessoas querem umas às outras porque elas são.
Pessoas interessantes são fracas.
Tem o meu desdém gente forte.
Quero você.
Porque você é.
Não quero sua beleza, “que nasce dos sentidos e morre quando estes se cansam.”
Nem sua inteligência, “escolho meus amigos pela beleza, (...) meus inimigos pela inteligência.”
Muito menos o seu bom gosto.
Ninguém se satisfaz com semelhanças.
A segurança é uma tristeza.
O bom amor precisa de um quê de desconfiança.
A confiança só nos serve de carrasca.
Mata as aventuras e emoções.
“A arte não ama os covardes.” Vinícius de Moraes
Meu amor nada tem de covarde.
Meu amor é como aquela barba, em que no momento que se faz, recomeça imediatamente a crescer.
Essa coisa meio estúpida e sublime.
Sutil e intensa.
Admiro a sua fraqueza.
Admire a minha fraqueza.
Seja Carne.
“Há venenos tão sutis que, para conhecê-los, cumpre experimentá-los. Há males tão estranhos que, para lhes entender a natureza, é preciso contraí-los.” Oscar Wilde.
As pessoas querem umas às outras porque elas são.

“Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão

A bênção, Pixinguinha
Tu que choraste na flauta
Todas as minhas mágoas de amor.”

Vinícius de Moraes

Me perdoa por ser tão seu?


Raphael Vidigal