Vou sumir sem
deixar vestígio
Vou sem nunca
ter vindo
Vou como o
terremoto
Que deixa
mortos e feridos
Sobre os
quais ergue uma atmosfera cinza,
Cálida e
invisível.
Vou como os
tamboretes
Vou como os
dromedários
Fino igual
gilete
Desconfiado
como uma anta.
Com a
intempérie dos ventos
E a denúncia
dos sudários.
Raphael Vidigal
Pintura: Obra de Edvard Munch.
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