quarta-feira, 29 de março de 2017

O Lagarto do Sorriso


Engraçado, faço o que sempre fiz: leio, escuto música, vou ao teatro, assisto filmes, vez ou outra uma dança ou exposição, escrevo. Mas agora me pagam pra isso. E os sorrisos das pessoas alargaram-se, ficaram maiores, diria até: mais cúmplices. Os valores desse mundo são Realmente monetário$. Nunca fiz outra coisa na vida. Antes, era o mesmo “trabalho”. Quão pomposo ando eu. Sinto falta de ser olhado pela vagabundagem...

(trecho de uma peça inacabada, “O Lagarto do Sorriso”, a ser concluída por este autor, quando ele for dispensado, a fim de que o terceiro ato ganhe em dramaticidade)


Raphael Vidigal

Pintura: Obra de Seurat. 

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