quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Coisas


Não vou me derramar
Pelo leite chorado.
Tampouco lamentar a morte da bezerra.
Não hei de furar a pedra
Com a água da areia.
Nem estou disposto a tirar
A água do joelho.
Por fim e sem emenda
Pior do que o soneto
Não vou me derramar
Pelo leite azedo.


Raphael Vidigal

Imagem: Obra de Matisse. 

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