segunda-feira, 14 de maio de 2012

Hora:



“Mas eu tenho a impressão
Que todos nós somos fracassados
Eu, por exemplo: não amo...” Cazuza

Quando você morreu
O que foi que você sentiu?
Assustou-se?
Sentiu conforto?
Medo? Raiva?
Prazer.
Libertou-se dessa casca chamada vida.

Raphael Vidigal

Pintura: “Auto retrato”, de Jeanne Hébuterne. 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Temporais:



“Há vidas, longas vidas que deixam em nossa lembrança – não uma história mas um certo ar, um clima, uma presença apenas.” Mario Quintana

Bonequinha de porcelana
Existe enfeite mais bonito para o céu?
Brilha translúcida
Encobre o véu.
Luz de saudade esborralha as transições
temporais

Raphael Vidigal

Pintura: uma das inúmeras bailarinas de Edgar Degas. 

domingo, 6 de maio de 2012

Flauta de pan:



“Poesia nasce do não existir” Manoel de Barros

Faunos e fadas
música
Depois comer umas
uvas

Raphael Vidigal

Desenho: obra de Darcílio Lima. 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Credo:



“Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.” Georg Lichtenberg 

O elogioso sempre cria situações
para ser elogiado.

O vaidoso sempre cria situações
para ser vaiado!

Cruzes?

Clarividente:

Nada é pobre.
Mas o nada absoluto é o tesouro escondido.


Raphael Vidigal

Pintura: “Auto-retrato”, de Romaine Brooks. 

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dispensa:



“Dessa janela sozinho
olhar a cidade me acalma
Estrela vulgar a vagar” Duda e Jards Macalé em ‘Hotel das Estrelas’

Na essência a arte é dispensável.
Arte só tem essência se for dispensável.
Só é essencial a arte dispensável.
Dispensando-se a essência a arte é.
Essencialmente dispensa-se arte.

Raphael Vidigal

Pintura: “Estudo a partir do retrato de Inocêncio X de Velázquez”, de Francis Bacon.