sábado, 30 de dezembro de 2017

Depois


Ninguém me tira do meu sono imaculado
Estou tão alva, tenho a cor do desencanto
Nada me vinga, arrepia e nem me passa
Perdi o corpo e as aflições da vida humana
Morrida jovem permaneço sã nos sonhos...

Não tenho a mácula do vidro que foi gasto
A transparência me acompanha em meio às nuvens...
Você me olha e vês a flor inda no cabo...
Ninguém me tira do meu sono imaculado
Estou tão alva, tenho a cor do desencanto...


Raphael Vidigal

Pintura: obra de Paula Modersohn-Becker.

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