sábado, 2 de setembro de 2017

Teia


Uma borboleta está seca
Na parede. Grudada como
A morte em nossos dedos.
Mesmo que o seu corpo esteja
Entregue a outro desejo
E a pele sofra espasmos
Pela fricção do membro
(eu como borboleta te
observo da parede)
Só não me traia
dentro do seu
coração sereno


Raphael Vidigal

Imagem: Obra de Ghada Amer.

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