quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Profecia


Numa lânguida mordida de girafa
Eu me jogo aos seus joelhos
– qual cotia –
E enterro a minha cabeça
– fosse ema ou avestruz –
Mas rebolo em sua cintura, pois um dia
Quero ser o bambolê da sua anca
Qual quem morde uma maçã e perde o dente
– pois criança ele ainda era de leite –
Qual quem pica com o ferrão – e perde a bunda – o meu órgão mais vermelho é sua fruta


Raphael Vidigal

Pintura: Obra de Kees Van Dongen.

Nenhum comentário: