Entre o azul, o amarelo e o vermelho,
Um olho negro. No meio do medo, a
Flor geométrica. Sem parênteses, livre
Dispersa, toda a natureza bonina das
Minhas missivas jamais entregues na
Revolução de 1930, ou quando os por-
tugueses levaram as primeiras especia-
rias para terras de reis e rainhas e
rubis.
Debaixo da árvore, a minha caveira, na
Lápide imersa o meu primeiro e último
Medo: a flor geométrica, lívida, sem
par-
ênteses, presa pelas próprias pernas,
as
raízes duma vida entorpecida, absurda,
e
tão bela, porém desfeita de sentido:
singela.
Raphael Vidigal
Pintura: Obra de Mondrian.
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