quarta-feira, 20 de julho de 2016

Delírio


Teu olhar pousado sobre a minha fronte.
Agora que pertenço ao mundo do sono.
Sou todo sonhos e convulsões delirantes.
Teu olhar pousado sobre a minha fronte.

Como barco a vela investiga a minha proa.
Mas o que vejo: teu olhar pousado sobre a
Minha fronte: vejo com os olhos do sono.
Tudo sonho de convulsões delirantes. Como

Barco, vela, estendo a minha proa. Tocam-me
Os destroços dos mares fundos em corais distantes...
Teu olhar pousado sobre a minha fronte.
Nesga de esperança, crosta interminável.

Vida que se ergue quando deita a morte.
Teu olhar deitado sobre a minha fronte.
Pois só te encontro quando fecho os olhos...



Raphael Vidigal

Pintura: Obra de William Turner. 

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