diante
da morte
eu
sinto medo
eu
tenho enjoo
diante
da morte
desapareço
como
num sonho
diante
da morte
vejo
o reflexo
de
um outro rosto
diante
da morte
não
há poema
só
há o esgoto
diante
da morte
meu
pensamento
é
sempre pouco
diante
da morte
a
vida clama
mais
uma chance
diante
da morte
estou
humilde
eu
estou mudo
diante
da morte
sou
sem manias
sou
sem rancores
diante
da morte
que
se percebe
que
se mergulha
diante
da morte
todo
silêncio
é
uma fagulha
Raphael Vidigal
Pintura: Obra de Goya.
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