Bicho
de sete-cabeças
Tem
memória de elefante
Pensa
na morte da bezerra
Com
lágrimas de crocodilo.
O
estômago é de avestruz
E o
abraço de tamanduá.
Tem
minhocas na cabeça,
Tem
cabeça de bagre,
Espírito
de porco,
Não
cai do cavalo,
Macacos
me mordam,
Pois
está com a macaca!
É
lobo em pele de cordeiro,
Dá
drible da vaca,
E
compra gato por lebre.
Acerta
na mosca,
A
boca é de siri,
Cabra
da peste,
Hoje
a jiripoca vai piar.
Tem
sangue nos olhos,
Olhar
de cachorro com fome,
Morre
pela boca,
Come
o pão que o diabo amassou,
Bebe
água que o passarinho não bebe
Enfia
o pé na jaca,
Dá
nó em pingo d’água
Mas
não dá ponto sem nó.
Mata
a cobra e mostra o pau,
Faz
das tripas, coração,
E
chora pelo leite derramado,
Na
casa da Mãe Joana,
Com
lágrimas de crocodilo,
Quando
pensa na morte da Bezerra,
Bicho-de-sete-cabeças
Será
o Benedito!
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Alfredo Volpi.
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