Essa
construção assimétrica e midiática da poesia,
Não
tem termômetro, não tem farinha, não tem macumba,
Bússola
ou compressa quente que dê jeito.
É um fracasso
De audiência.
Está
perdida, vive sozinha, em alto mar,
Como
uma náufraga,
A
poesia.
A
ampulheta
Da
poesia
O termômetro
Da poesia
A balança
Da poesia
A bússola
.................Da poesia..................
Estão
marcando horas dos dias
Meses dos anos
Águas das chuvas
Perdeu o
senso
Essa
poesia!
Se houvesse ao menos
Pra poesia
Um Deus lisérgico
ou cogumelos...
Bumba meu boi!
Baixava o santo,
Bebia pinga,
Um perereco,
Espremida é da defesa,
Cabeça a prêmio
Mais ventilado,
Menos ereto
Seria o jogo
dos
sete erros
e a
torre pisa.
Raphael Vidigal
Pintura: "Dolorida", de Antônio Parreiras.
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