Sei
que o poeta tombado
No
chão de cimento
Ainda
não está morto.
Sei que
o poeta morto
Aniquilado
no regime
Franco;
ainda se move.
Sei
que o poeta dos anjos
O
poeta dos índios, ciganos
E
dos signos das crianças
Sei
que este poeta
Embora
esteja morto
De
nome García Lorca
Apaixonado
pelo Salvador
Das
artes; e por outros,
Sei
que este poeta
Morto;
me salva da morte
Ao
me escrever na parede
Com
o sangue das ameixas,
Das
frutas de sua cidade,
Com
figos, peras, cachos
De
uva e pão fresco da tarde.
Raphael Vidigal
Imagem: foto do poeta espanhol García Lorca.
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