Numa lânguida mordida de girafa
Eu me jogo aos seus joelhos
– qual cotia –
E enterro a minha cabeça
– fosse ema ou avestruz –
Mas rebolo em sua cintura, pois um dia
Quero ser o bambolê da sua anca
Qual quem morde uma maçã e perde o dente
– pois criança ele ainda era de leite –
Qual quem pica com o ferrão – e perde a bunda – o meu
órgão mais vermelho é sua fruta
Raphael Vidigal
Pintura: Obra de Kees Van Dongen.
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