Seu
cheiro de mingau
Escorrendo
pelas paredes
E eu,
que já não sou bebê,
Choro
pela luz que chega.
Liberto,
então, da placenta
Olho
para o meu umbigo,
Sem o
cordão que me ligava a ti.
E eu
que já não sou bebê
Parto
como quem fareja
Seu
cheiro de mingau de leite
Que
escorre pelas paredes...
Pois
para completar o soneto
Minha
boca cala com a chupeta
Pelo
plástico dessa teta fria.
Raphael Vidigal
Pintura: Obra de Berthe Morisot.
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