o
que é a morte
para
os que sonham?
se
os incrédulos argumentam
que
a derradeira és o negro torpor
do
abandono aos pensamentos
e
do corpo...
como
convencer os que
sempre
sonham
de
que haverá o completo
esquecimento
o
fim sem rumo?
a
inconsciência plena?
a
ausência de tudo?
se
a cada morte lenta
e
cotidiana
pois
que é deitar-se a morte
para
os que sonham...
e
dormir se faz eterno
em
lentos e indefiníveis contornos
a
morte só pode ser dormir
(repleto
em sono)
se
sonhar é o mesmo
que
estar morto...
e
a cada nuvem de prata
por
cada sol maluco
com
sua língua pra fora
feito
cachorro...
se
abana a língua
e
acorda-se: na mesma cama –
sonhar
é o mesmo que estar morto.
Raphael Vidigal
Imagem: fotografia feita por Mathilde Weil em 1901.
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