domingo, 21 de janeiro de 2018

Baudelaire


quando desce
a noite alta
os eflúvios do amor
se reúnem
como poeira no assoalho

não há uma morte exata
apenas a lenta cicatriz
informe e cálida
no meu mundo
eu pego todo sonho

e transformo em retrato
a memória de cada porta
da poeira ao pé do assoalho
quando desce a noite alta
me enforca em eflúvio de vômito



Raphael Vidigal

Pintura: obra de Suzanne Valadon.

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