Ninguém
me tira do meu sono imaculado
Estou
tão alva, tenho a cor do desencanto
Nada
me vinga, arrepia e nem me passa
Perdi
o corpo e as aflições da vida humana
Morrida
jovem permaneço sã nos sonhos...
Não
tenho a mácula do vidro que foi gasto
A
transparência me acompanha em meio às nuvens...
Você
me olha e vês a flor inda no cabo...
Ninguém
me tira do meu sono imaculado
Estou
tão alva, tenho a cor do desencanto...
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Paula Modersohn-Becker.
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