quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Tempo


Escrevo hoje um português arcaico.
Sem arabesco.
Mas um mosaico.
Um português de ultimato, de fim de tarde.
Um português de Fernando.
E de Ricardo.
Um português que é de Campos. E de caiado.
Um português mal passado.
E fedorento.
Peço perdão aos monarcas.
Da língua pátria.
Sou hoje um refugiado.

Um sanfoneiro.

Raphael Vidigal

Pintura: obra de William Turner. 

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