sábado, 30 de junho de 2012

Declaração de amor inesperado:



“Há sempre alguma loucura no amor. Mas há também sempre alguma razão na loucura.” Nietzsche

Eu não queria ir ao seu encontro naquele dia.
Talvez por não saber que era você que eu encontraria.
Eu também não queria derrubar cerveja no seu vestido.
E por fim não queria que você fosse mais embora.
A partir desse momento não sei quando nem como aconteceu, mas foi me dando uma vontade de te ver sempre, e fiz uma viagem já pensando na volta e na alma especial que encontrei em meio ao deserto de almas desertas.
E fui percebendo que éramos essa mesma alma especial, deserta, ansiosa, aflita, querendo alguém para amar, mas por muito tempo com medo.
Porém com você o medo acabou, me senti à vontade desde o primeiro minuto e disse-lhe que você era carismática.
Você riu e falou dos meus olhos enquanto olhávamos estrelas cadentes formando as constelações de câncer e gêmeos.
E fui percebendo que éramos essa mesma alma especial com sonhos de encontrar príncipes e printicipetizas embriagados por vodka com gatorade.
Embriagados por essa sensação de ter andado tanto tempo perdido e de repente ter se encontrado.
Ter nos encontrado.
Nós dois éramos essa mesma alma especial que andava em busca de alguma coisa tão perto e tão distante.
Tão ter estudado no mesmo colégio e nunca ter se visto embora as fotos provassem o contrário.
Mas você chegou com aquele jeito de menina tímida e se revelou uma mulher forte, que decide por si mesma e embora tenha saudáveis dúvidas sabe que é bom não saber com exatas palavras o que se quer da vida embora saiba.
No íntimo todos sabemos.
E o meu íntimo queria você, essa menina doce sensível delicada.
Essa mulher divertida que sabe a hora certa a hora errada e a hora que não tem nome nem rotulação.
Que bonitos são os dias em que nos encontramos, pois eu já não te encontro mais somente no dia que te conheci, passei a te encontrar todas as vezes que nos vemos e somos essa mesma alma especial.
Passei a encontrar seus anseios, suas dúvidas, suas tristezas, alegrias, vontades e risos.
Risos. Como são bonitos seus risos, suas gargalhadas, suas crises de felicidade.
Como é bom ver quem a gente ama sorrir até fechar os olhinhos e aparecer a covinha no lado direito que contrapõe-se às sardinhas no lado esquerdo.
Nós dois não temos lados, não temos divisões, não temos separações, embora tenhamos nossas individualidades e respeitamos quando cada um faz uma cara.
Quando eu levanto os olhos e você faz biquinhos. E rimos.
Afinal somos essa mesma alma especial.
E eu não queria e você talvez também não quisesse mais se apaixonar.
Mas de repente percebemos que o amor é uma força que mostra a verdade e não nos deixa saída.
Como é bom amar.
Como é bom o amor.
Que bom que ele escolheu nós dois. 

Para a japonesa índia dos meus sonhos,
e dos dias que quero acordar somente para vê-la.

Raphael Vidigal
13-7-2010 (uma data sempre especial)

Foto: Charlie Chaplin e a bailarina. 

6 comentários:

Anônimo disse...

texto clássico que remonta ensaios poéticos antigos e ao mesmo tempo crônica intelectualistas dos escritores da era renascentista, bem interessante tal postagem, rica em termos literários e artisticos!

JG disse...

Gostei muito do texto.. é simples, mas ao mesmo tempo tem classe..

http://fuimorarsozinha.blogspot.com.br/

Ítalo Richard disse...

Muito apaixonante o texto, e a declaração final...maior ainda!

um abraço,
www.todososouvidos.blogspot.com

Marco disse...

grande e bom texto

Alessandra Rezende disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alessandra Rezende disse...

Que bonita é a história de um amor simples e sincero assim... que bonita é a vida sob os olhos seus mirando os meus, iluminados pelo céu estrelado de emoções, faiscando o silêncio das palavras.