“Mentem demais os cantores!” HomeroA travessia
Rumava longe
Nos corredores
Rumava quente
Nos abajures
Rumava
Sempre
A poesia
rumava perto
dos abutres
um rumo incerto
sem temperatura
pulava ao mar
partia ventres
e então chorava:
vim para dizer o nada
vim para te pedir todo
vim porque venho
e portando,
parto
Raphael Vidigal
Pintura: “Mercadores”, de Lasar Segall.
4 comentários:
Linda poesia mano e parabens pelo blog.
Seguindo
Abraços do Cabeça de Formiga
Adorei a conceituação e imagem de travessia!
Travessia da poesia na mente e numa luz se teve em versos perfeitos ou quebradiços...
E a poesia é limpa, é aquilo, sendo compreendida ou não, é sentida.
Sentida com sentidos ou sem eles... ou um sexto sentido.
Gostei muito desse poema. Ficou parecendo um ciclo. Ou algum tipo de missão ou FUNÇÃO do eu lírico: de ir e vir. E de partir coisas ao meio. Ou simplesmente de particionar as coisas, as palavras, os sentimentos...
Muito viajante!
a pintura e a poesia são legais
http://rocknrollpost.blogspot.com/
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