Quase nunca te vejo em poemas
Passa a vida debaixo dos panos
Mas todos os anos está conosco
E para as horas mais difíceis do dia
Há os que juram proteger-te com rara bravura
Apesar disso é relegado ao escuro
A luz só o visita em ocasiões oportunas
Ser marginal, vão como um reles, um furo
No entanto, ao teu trabalho
Se prostra a dama e o moribundo
Não há quem seja capaz da existência plena sem ti
A quem se confiam os segredos mais obscuros
Libera os gases, pequeno: tu és o cofre do mundo
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Francis Bacon.
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