Quem me vê não explica
O porquê enxerga você
Na verdade até tenta
Mas não alcança a origem
A identidade que trazemos
Como em espelho refletido
Vai além do que está nele
Vai, muito mais, por dentro
Não é pela cor dos olhos
Nem o nariz que segura aos óculos
Na verdade para onde olham
E a inquisição que provocam
Não é o tamanho das mãos
Mas porque seguraram livros
Não está na forma das orelhas
Antes pela forma dos quebra-cabeças
Não é sequer pelo gênio
Pela calma ou pelo riso
Menos a cor vermelha
De quando a felicidade grita
Talvez, seja o coração
Que não se vê nem se explica
Mas que em certa estação
Nos amalgama e incita
Pois somos tão parecidos
Que parecemos mãe e filho
Como cordão e umbigo
Que se conhecem desde a barriga...
Raphael Vidigal
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