Estava com o
coração na mão.
Mas era fogo
de palha.
Foguete molhado.
Baita balde
de água fria.
Até São Tomé
caiu no pulo do gato.
A cabeça,
antes no mundo da lua,
Queria agora
era soltar os cachorros.
Mas como, se
tinha os pés atados,
Uma mão na
frente e a outra atrás.
A fadiga de
engolir sapos,
Passar o
carro na frente dos bois.
Se o mundo
fosse menos abstrato,
Bastava uma
equação matemática,
Separar o
feijão do arroz,
O joio do
trigo,
Pôr a farinha
no mesmo saco.
Estava com o
coração na mão,
Mas era fogo
de palha.
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Egon Schiele.
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