a harmonia exibiu uma aresta
o
noturno achou meio estranho.
a
pavana, pouco imodesta,
abriu
a perna
esacudiu
um pano (alguns o chamam de leque).
sem
entender o prelúdio
o
interlocutor aderiu ao sono.
Wagner entrou de fresta,
Beethoven por uma soprano,
Paganini das profundezas,
E Berliozpra rimar na história.
A
essa altura invocada
Debussy,
Satie e Ravel
E
Igor Stravinsky, o russo,
Clamam
pelo silêncio,
Enquanto
Mozart lustra o piano.
Tchaikovsky e Chopin
Têm o coração
sangrando
O mostram
para Allen Poe
Que só faz
disso um belo conto.
a rapsódia está cansada.
dizem que seu tempo passou.
tempo na vida e na música
chega pra qualquer um.
nem a fuga de
Bach nos salva
dessa suíte
fajuta
com alças nas
laterais
a sete palmos
de terra.
pode chegar de atalho
ou pelo caminho mais
longo
certa é sua presença
no réquiem de Fauré
ou na minha alma insone...
Vão
os homens
Fica
a obra.
Mas
quem sabe desses nomes?
Talvez
toquem numa caixa
Sob
os pés da bailarina
No
peito de um poeta morto.
Raphael Vidigal
Pintura: "As Confidentes", de Constantin Guys.
Nenhum comentário:
Postar um comentário