A
literatura tornou-se
Promíscua
Transa com o bofe
E com a cafetina
A literatura não é mais altiva
Olha pra baixo
E a bunda
Arrebita
A literatura tem seios
de plástico
Olhos de aço
E o sexo
hermafrodita
A literatura picha
Grafita
Brinca
de boneca
Inflável
E bota fogo
no coreto
A
literatura aceita os ditados
E
também o que nunca foi dito.
A literatura têm ânsia
de ágil
E do momento depois do arco-íris
A
literatura é uma senhora de idade
Um
sapo
Uma
menina
Um
príncipe
Uma
fantasia
De
enfermeira
Bombeiro
Facínora
...a
literatura realiza os desejos...
em plena luz do dia.
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Toulouse-Lautrec.
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