sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Abismo


“e fico mastigando a minha desorientação.” Caio Fernando Abreu

Entro: caminho entre o pântano
E o abismo das nuvens
Agarro-me ao galho ruço
Em que sinto fruir o espetáculo valoroso
Da infinita simplicidade
No entanto, refeito do susto
E ainda abismado, opaco, fundo
A poesia de desfaz e a necessidade que é real e é palpável
Não fictícia
Impõe o peso e a pata de elefantes. 

Raphael Vidigal

Pintura: "O embarque da Rainha de Sabá", de Claude Lorrain. 

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