Pego no escuro
Tua silhueta
Almejo ter a disciplina de um monge
em tardes quentes
nos largos
por entre as
coxas do teu regaço
apalpo as nádegas com a
circunspecção de um pároco
enovelo-me dentro de recônditos
escuros e melados
tateando com o paladar
e enfiando com o viés do tato
tudo o que seja língua, estupor,
sangue, náuseas, dentes
– mole suor e vidro quente –
Raphael Vidigal
Imagem: obra de Man Ray
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