Na
bacia das almas
disseram
adeus.
Cada
um para
um
lado. E uma folha erma,
no
chão de outono,
representava
a penúria
daquele
casal.
Idas
e vindas.
Encontros
e despedidas.
Até
que um dia o milagre aconteceu.
O
rompimento manteve não intacto,
mas
conservado aquele amor.
Naquele
dia recolheu um passarinho morto,
afogado
na piscina, circundado pelas
folhas
ermas das águas de outono.
As
perninhas estavam rijas e esticadas.
O
corpinho molhado de penas jazia mole.
O
final tinha, enfim, se consumado.
Na
solidão amou aquele passarinho defunto
Cheio
da esperança que traz ao mundo uma criança
recém-nascida.
Pouco antes de partir, emitiu um
último
assovio de bicho
que
continuou no ar,
em
eco...
ressoando...
e,
com duas piruetas
e
uma cambalhota,
não
parava de demonstrar:
Só
o que acaba permanece.
Só
o que acaba, permanece.
Só
o que acaba...
Pintura: obra de Renoir.