As
coisas vão se apagando
da
nossa memória.
Granuladamente.
Que se
tornam coisas,
sem
nome, impessoais.
E
transparentes.
Um dia,
então, retorna
com
espanto
o olhar
que se perdera
entre
as paredes.
Granuladamente
caem
sonhos de papel
na
nossa frente...
Um dia
prometemos
um para
o outro
ser a
eternidade nossa
e
sempre...
ignorando
o tempo
com a
coragem
que há
no peito
dos
adolescentes...
e nada
deteria
esse
clamor
espada,
canivete
ou
tungstênio...
a chuva
na janela
desenhava,
com
pingos
o que em
nós se
rebulia
(fora e
dentro)
mas antes
ou depois e ainda agora...
eu vejo
essa janela à minha frente...
porém o
vidro foi
tornado
fosco,
e os
olhos granulados.
Transparentes.
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Goya.
Nenhum comentário:
Postar um comentário