Não
quero admitir nada
Nem
o banho de torneira
Tampouco
a barriga d’água
Não
quero admitir o choro
Em
cântaros
O
lenga-lenga da língua
Sem
papas
Detesto
a procissão em busca
Do
justo
Ainda
assim, exclamo:
– Não tenho a admitir mais que pecados...!
Não
quero admitir a traição
A
autobiografia maculada
Prefiro
estar calado no meu canto
Assim
engano a deus e ao diabo...
Eximo-me
da perícia em
Pó
de morto
Anulo
a sentença procrastinatória
Nada
no meu corpo está ao alcance
Igual
a própria alma –
sou
o que
esconde
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Van Gogh.
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