quarta-feira, 3 de maio de 2017

Têmpora


O relógio de meu pai
no braço da cadeira
não está aonde deveria.
Pois o braço da cadeira,
não pulsa, não tem veia,
não sente as contrações do dia.
Não se absurda com a existência.
O relógio de meu pai no braço da cadeira
É como uma alma sem têmpora


Raphael Vidigal

Pintura: obra de Magritte. 

Nenhum comentário: