Quantas
vezes nos despedimos?
Porém,
sem ter mesmo para aonde ir regressamos ao apartamento.
As
mãos trêmulas, a garganta vazia, a sombra mocha junto aos cálculos de uma
dívida irrisória.
Paredes
brancas iguais a saudades,
Ígneas,
deslumbrantes.
E
nós ali, de bruços,
sem
um, sem o outro.
Apenas
contando as despedidas,
Recontando
as feridas,
Rejulgando
os gestos.
Cada
palavra, cada riso,
e
tantos, tantos cacos de vidro espalhados...
poderia
ser de outra forma?
Não
responde o apartamento branco,
o
apelo brando,
a
mão sem saudade,
calosa,
apenas
suando...
certa
de que o pranto virá em seu socorro.
Nada
vem, só no eixo permanece a despedida
Cética
e rumorosa
por
entre os poros das paredes brancas...
Raphael Vidigal
Gravura: Obra de Livio Abramo.
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