Não haverá mais cenas de desespero.
Não haverá mais escândalos pelos
vidros.
Não mais se torcerá a língua até ficar
ungida
Pelo vermelho de dias sinistros.
Não haverá mais o choro convulsivo.
Não mais a epilética paralisia,
O paradoxo do amor mortífero.
Somente o silêncio, tão e só
O descanso para o corpo sem exumação.
E o prisioneiro coração aflito,
proibido de bombardear o sangue.
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Francis Bacon.
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