quarta-feira, 2 de abril de 2014

GARR ancho


Ancho
Um desperdício muito grande
Trocar um pedaço de carne,
Por uma garrafa.
Em todo caso
E em tudo
Anjo
Não me enojo
Frente ao garrancho
Ou ao hieróglifo.

A poesia se faz com patas
E muita sanha
E muita sarna
E alguns anúncios,
No telejornal, na esquina,
Na alcova
Ou na piscina
Flutuuua                
Solene, soberba, sestrosa:
A poesia.

Raphael Vidigal

Imagem: charge do cartunista Wolinski. 

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