Tinha
uma frase de Fernando Pessoa na cabeça.
Ao
inverso.
Ou
mais complexa.
Não
se lembrava direito.
O
quê que eu fiz com o que a vida fez de mim.
A
chama aberta o lembrou do outro dia. Da fogueira.
De
contarem as estrelas quando ainda se viam matizes.
No
negro de tempos vindos acabaram-se as estrelas, as cores, os brilhos.
Mas
lhe restava aquilo.
O
verso. A poesia. A indagação. O verso. A poesia. O verso.
Mas
lhe restava somente o quê que eu fiz com o que a vida fez de mim.
E
uma fagulha no peito. Não mais altruísta. Mas cinza...
Raphael Vidigal
Pintura: "Ato feminino", de Egon Schiele.
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