Proponho que a gente nunca mais
se fale...
A
palavra gasta mostrou-se artifício inócuo na procura vã de uma compreensão
Uma
forma de inteligência defasada: a palavra.
Proponho
o silêncio absoluto.
O
mais amplo de todos os silêncios ouvidos.
Entre
duas desérticas almas nem o pingo do oásis imaginário irá soar.
Somente
o reflexo de duas conformidades tocando-se no escuro, na sombra, na ilusão, no
desconhecimento contínuo e inalterável:
O
sonho.
Escutei
essa profecia
(dormindo).
Tua
boca tocou a minha: papoula, polpa, fruta: escorrendo, líquida, indescritível.
Silenciosa.
Acordei,
vesti pijama.
Somente
senti-la – não pensar, nem tergiversar, muito menos: dizer.
Como
uma rosa desfolhando-se, uma pétala.
Abrindo-se:
Raphael
Vidigal
Um comentário:
"Pétala" linda demais!! Nu!!!
Gabriela Schetini
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