terça-feira, 25 de setembro de 2018
Erma
nos rincões e confins
na caverna e no
olho
da cabra
– só ela permanece –
a dor,
solitária,
e a cada
morte
mais
avivada
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Abigail de Andrade.
Paradeiro
Não há uma lágrima
mais
em seu rosto branco.
Só quem pode chorar
por ele somos nós.
E nós choramos
todas as manhãs.
Não há uma sombra
de espasmo
no corpo de gesso.
Não há mais.
Permanecemos
molhados por fora
e por dentro
enquanto ele desce
ao centro – o corpo
desaparece para sempre.
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Bertha Worms.
Contabilidade
Sou um homem
sem dúvidas
de pé sobre
meus sentimentos
no outono rego
minhas plantas
com o inverno
aqueço a alma
de dentro
sou um pé
sobre dúvidas
um homem
sem sentimentos
do que me basta
tenho falta
o que me sobra
é tudo o que não tenho...
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Tarsila do Amaral.
Reforma agrária
1% está com o burro na sombra...
99% dá com os burros n’água!
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Haydéa Santiago.
Tempo da Estiagem
Já superei a sua desfeita
Não vou chorar sobre a mesa
O leite que você derramou
É cada um na sua dispensa
Você deve ter consciência
Que perdeu um grande amor
Quando eu te vi
Você veio sem receio
Como os ventos e os mares
Tudo era rosa em flor
Mas com o tempo da estiagem
Logo lhe veio a vontade
De colher outro sabor
Raphael Vidigal
Pintura: obra de Heitor dos Prazeres
Postagens mais recentes
Postagens mais antigas
Página inicial
Assinar:
Postagens (Atom)